Pé de meia, evasão escolar e o real problema




Nem o pé de meia salva

Nos últimos tempos, uma nova iniciativa denominada Projeto Pé-de-Meia tem vindo a agitar o sector da educação. Este projeto visa reduzir as taxas de evasão entre estudantes de baixa renda do ensino médio no Brasil. Embora a intenção por trás deste ambicioso programa seja com as mais boas intenções, existem preocupações sobre a sua eficácia e a sua capacidade de provocar mudanças reais no sistema educativo.
Existe a preocupação de que o fascínio pelo dinheiro rápido e as exigências do trabalho possam superar o valor atribuído ao do projeto.
O governo oferece r$ 200 em 10 parcelas para ser recebida por ano, o pagamento começou em março deste anos ( 2024) e para receber este auxílio o aluno deve estar matriculado no ensino médio e ter uma frequência escolar de 80%. mas nem tudo é dinheiro e o problema é que contribui para a evasão escolar envolve muitos fatores desde a grade curricular escolar a problemas sociais.

Deixados para trás

A Pnad revela ainda que 9 milhões de estudantes não conseguiram concluir o ensino médio no Brasil em 2023. Entre eles, 58,1% eram do sexo masculino e 41,9% do sexo feminino. A disparidade é ainda mais pronunciada entre a população negra, com aproximadamente 71,6% dos desistentes sendo negros ou pardos, em comparação com 27,4% entre os estudantes brancos.

Ao examinar as diferenças regionais, a diferença em relação ao parâmetro nacional é mais significativa no Nordeste, onde apenas 45,6% dos alunos concluem o ciclo do ensino básico.

Analfabetismo

Taxas persistentes de analfabetismo
A pesquisa do IBGE também lança luz sobre a questão persistente do analfabetismo no Brasil. Em 2023, o país ainda tinha 9,3 milhões de analfabetos com 15 anos ou mais. Embora tenha havido uma ligeira redução de 0,2% face a 2022, o que corresponde a uma diminuição de pouco mais de 232 mil analfabetos, o problema continua significativo.
Desse grupo, 8,3 milhões têm mais de 40 anos. A maioria, cerca de 5,1 milhões ou 54,7%, reside na região Nordeste, que, apesar de ter o maior número de analfabetos, tem registrado queda nas taxas. Por outro lado, a taxa de analfabetismo mais baixa foi registada no Sul, com apenas 2,8% dos indivíduos com mais de 15 anos de idade sendo analfabetos.

A escassez de qualidade na educação

O exame Pisa é uma avaliação internacional da educação, conduzida pela OCDE, que avalia o conhecimento dos estudantes em disciplinas como Matemática, Leitura e Ciências.
O exame Pisa mostrou que o desempenho do Brasil foi menos afetado pela pandemia em comparação com outros países ao redor do mundo. No entanto, o país ainda está muito abaixo da média global no exame. Mesmo os estudantes brasileiros mais ricos têm desempenho abaixo da média internacional e significativamente abaixo dos estudantes com perfis socioeconômicos semelhantes em países com um perfil semelhante ao do Brasil.




O exame Pisa calcula o perfil socioeconômico dos estudantes de forma que eles possam ser comparados com alunos do mesmo nível socioeconômico, independentemente do país em que vivem. 



No entanto, os estudantes brasileiros em todos os estratos sociais têm desempenho inferior aos seus colegas em países com um perfil semelhante, como Turquia e Vietnã. Mesmo os 25% mais ricos no Brasil não conseguem superar a média da OCDE de 472 pontos em Matemática. Em comparação, os 25% mais ricos na Turquia e Vietnã pontuam acima de 500 pontos.


A evasão escolar é um problema complexo que afeta milhões de jovens em todo o mundo, e no Brasil não é diferente. 

Entre os principais motivos que levam os estudantes a abandonarem os estudos que vimos ao longo deste artigo, destacam-se três questões cruciais.

1. A gravidez precoce é uma realidade preocupante, muitas vezes relacionada à influência de pautas exageradas de libertinagem dos dias atuais. Esses valores distorcidos podem levar os jovens a decisões precipitadas, impactando diretamente sua permanência na escola e seu futuro educacional.

2. O sustento familiar:  Se tornou-se um fator determinante, especialmente em contextos de aumento da inflação e da cesta básica. O cenário econômico desafiador leva muitos adolescentes a abandonarem os estudos para ajudar no sustento da família, sacrificando assim suas perspectivas educacionais.

3.  Falta de professores. A carência na educação também se deve a falta de professores nas escolas o que consequentemente diminui o tempo do aluno dentro da escola.
A ausência de profissionais qualificados compromete a qualidade do ensino e desmotiva os alunos, contribuindo significativamente para a evasão escolar. 
Para enfrentar esse problema complexo, é fundamental uma abordagem multifacetada que envolva políticas públicas eficazes, programas de conscientização e investimentos na melhoria da qualidade da educação, como por exemplo:

A melhoria no salário dos professores. Salários mais altos podem atrair profissionais mais qualificados e motivados para a profissão, melhorando assim a qualidade do ensino e o engajamento dos alunos. Além disso, um salário mais digno pode aumentar a satisfação no trabalho e reduzir a rotatividade dos professores, proporcionando maior estabilidade e continuidade no ambiente escolar. 

Oficinas de estudo e/ou cursos livres são oferecidos para complementar o ensino, proporcionando uma base técnica de formação.

Atendimento de profissionais da saúde, como,  psicólogo que ajudaria em várias questões importantes como no tratamento da ansiedade, problemas familiares, baixa autoestima. O psicólogo também poderia colaborar com os professores e a equipe escolar para criar estratégias de prevenção e intervenção em casos de bullying, violência ou outros problemas comportamentais.

Espero que esté artigo tenha sido útil e informativo para você. 
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